Por Nelson Acosta e Ana Isabel Martinez
HAVANA (Reuters) - Os cubanos irão começar a se reunir em massa na Praça da Revolução, em Havana, nesta segunda-feira, para uma homenagem de uma semana a Fidel Castro, o líder guerrilheiro comunista que liderou a revolução de 1959 e comandou a ilha caribenha durante meio século.
Fidel morreu na sexta-feira, aos 90 anos, uma década depois de entregar o poder ao irmão Raúl Castro devido a problemas de saúde. Ele foi cremado no sábado, e suas cinzas serão levadas em um cortejo para um local de repouso definitivo em Santiago de Cuba, a cidade do leste cubano na qual ele deu início à revolução.
O governo convidou a população para uma cerimônia de dois dias na Praça da Revolução que começa às 9h desta segunda (horário local). É possível que a urna contendo as cinzas do comandante seja exposta.
Trabalhadores se apressaram para instalar alto-falantes e iluminação na praça, onde uma foto gigantesca de Fidel foi estendida sobre a biblioteca nacional, ocupando o mesmo espaço onde um pôster enorme de Jesus Cristo esteve pendurado para a visita do papa Francisco no ano passado.
"Quem não será afetado por um homem que fez tudo por nós?", disse José Luis Herrera, parte da equipe de 12 pessoas que instalou a imagem. "Ele é aquele que guiou a mim e aos meus filhos. Ele é meu Deus".
Tomando por base outros memoriais públicos, Raúl Castro e outros membros do governo e do Partido Comunista e líderes militares irão depositar flores perto do monumento do herói nacional cubano José Martí, seguidos por uma longa fila de cidadãos comuns.
A cerimônia na capital irá terminar na noite de terça-feira, quando líderes estrangeiros devem prestar suas homenagens a um homem que dedicou a vida a lutar contra a opressão capitalista e colonial, alinhou seu país à extinta União Soviética e sobreviveu a nove presidentes norte-americanos que tentaram depô-lo ou enfraquecê-lo.
(Reportagem adicional de Sarah Marsh)